Recentemente, em conversa com Raquel, constatamos que ambos somos apaixonados pela latinidade que nos cerca e nos invade, invariavelmente.
Não posso negar que, a um passo da Bahia, tenho pensado na felicidade de nos encontrarmos nos trópicos, e seja como for, sermos como somos. Esta mistureba agregada, informal e incrivelmente positiva; não a mulata do samba, o kit-brasil, vendido pelo corpo, e esquecido pela alma.
Pura expressão, do chatolnildo do Caetano. Tipicamente baiano, tipicamente latino.
Essa latinidade que tanto comentamos estava sentada, alí conosco numa mesa de bar, em plena Vila Madalena, entre o prato, os restos, cadeiras, conversa, livro, dvd, detergente e o França. Fiel companheiro mal-humorado da Mercearia São Pedro.
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4 comentários:
Recomendo ouvir duas vezes.
Uma vez atento à forma.
Uma vez atento ao conteúdo.
Hoje mesmo eu estava pensando a mesma coisa, enquanto ouvia uma outra música, "Sangue latino"!
Essas músicas e tantas outras são pouco pra exprimir isso que é nosso. Isso que é tão bonito e profundo. Isso que vem de tão longe - de tão dentro.
"(...)o que me resta é só um gemido, minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos, meu sangue latino, minha alma cativa. Rompi tratados, traí os ritos(...)"
E quem disse que não há sofisticação na tal latinidade? Existe uma idéia absurda de que arte, intelectualidade e sofisticação vêm da Europa, sempre ela, a senhora Europa, mãe, avó, bisavó deste Ocidente decadente. Mas quem vai me dizer que Caetano não é um senhor baiano muito do sofisticado? E Ney Matogrosso, com suas vestes enlouquecidas e a voz translúcida? A nossa sofisticação é muito mais gostosa. Mais carnal. Mais viva. Mais simples, no melhor sentido do simples. Caetano é despojado e rígido no mesmo instante, esse jeito latinoamericano que nos foi dado. I´m alive vivo muito vivo!
Araçá cor do céu de lá.
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