30 novembro 2009

RIO DE JANEIRO


Rio, Rio de Janeiro,

quantas coisas tenho

para te dizer. Nomes

que nunca esquecerei,

amores

que amadurecem o seu perfume,

encontros contigo, quando

do teu povo

uma onda

agregue ao teu diadema

a ternura,

quando

à tua bandeira de águas

subam as estrelas

do homem,

não do mar,

não do céu,

quando

no esplendor

da tua auréola

eu veja

o negro, o branco, o filho

da tua terra e do teu sangue,

elevados

até à dignidade da tua formosura,

iguais na luz resplandecente,

proprietários

humildes e orgulhosos

do espaço e da alegria,

então, Rio de Janeiro,

quando

alguma vez

para todos os teus filhos,

e não somente para alguns,

abrires o teu sorriso, espuma

de morena náiade,

então

eu serei o teu poeta,

chegarei com a minha lira

para cantar em teu aroma

e na tua cintura de platina

dormirei,

na tua areia

incomparável,

na frescura azul do leque

que tu abrirás no meu sono

como as asas de uma

gigantesca

borboleta marinha.

Pablo Neruda, Ode ao Rio de Janeiro 1953.

Imersão indiana




Duas danças da Shantala, a última em colaboração com a companhia da Pina Bausch
(enviados pela Naia)

29 novembro 2009

Experiência Hermética



Anteontem, aqui em Buenos Aires, fez um show ninguém menos que Hermeto Pascoal.
Aliás, não fez, deu um show. Deu-nos um banho de sua mais do que cáspita presença.
Eu fui.
Ele me impressionou de tantas formas e tantas vezes, que eu botei um sorriso que sequer titubeou durante o concierto inteiro, e lá ele se manteve, teimoso e acomodado. Deve estar la até agora, pleno e satisfeito na poltrona do Gran Rex, se re e ressorrindo pro restinho de Hermeto que sobrou e lá vai morar a partir de agora.
Eu nunca tinha ido a show dele, mas ja deu pra ter a certeza de que são todos ímpares, de que é sempre um espetáculo, muito diferente do último e de todos. Seu ânimo e sua atividade eram realmente incríveis, como se ele estivese vivendo ali o ápice da sua carreira, bem diferente de um veterano tocando sentado seus temas rasos sobre um futuro curto.
Mas não é nem isso, a verdade é que ele é um cara atemporal, eternamente ativo, e sem planos de descenso.
Hermeto tem algo de divino. Sua onipresença farejava-se de longe, desde a hora em que eu entrei no teatro. Ela quase toma uma forma visível, por meio de sua música transbordante, e ele não precisa nem estar no palco. E daí surge o seu não-estrelismo, ao deixar e voltar ao palco sem alarde, a qualquer momento, como se sua presença física fosse o de menos.
A parte engraçada foi cuando o seu teclado o traiu e parou de funcionar. Depois de muito insistir em suas teclas mudas, ele perdeu a paciência, as estribeiras, mas não a compostura, e muito menos a classe. Esbofeteou-o como velho experiente, tirou o sapato, e sapatada no teclado! Até que os técnicos entraram correndo pra trocar o instrumento. E a banda lá, hermetando. Sem o teclado, mas não sem o tchan, ele sacou uma chaleira da algibeira e foi acompanhar a banda. Ovação. Depois, com o seu novo teclado, tudo dentro da mesma música, entoou um samba improvisado sobre como ele não tinha teclado, sobre como o som não podia parar e sobre como os desesperados técnicos de som eram maravilhosos. Hermeto.
Pois eis que ei-lo aí, aqui, ativo e reativo como sempre, como um garoto brincando com o seu violão novo, como um ancião que fala bebe cospe fura sua sôa música, como uma montanha sábia, da maiores.
Gracias Hermeto.

25 novembro 2009

promete











vamo ai?

sei que esse flyer ta feioso e que o nome do evento não é muito convidativo... mas valerá a pena com certeza!
fora o lugar, que é incrível, vão rolar altas atrações, incluindo o nosso trabalho do CUBO (que ta erroneamente inscrito com o nome de YES no flyer, na parte de fotografia, viu?)... mundo a revelia presente! vamo q vamo!!

não viu video do cubo? clique aqui:  ZERO AO CUBO

site do fuzarca: http://www.fuzarca.art.br/

17 novembro 2009

Carnavalesco Tim.



Tim Maia não produziu apenas 2 grandes discos em sua fase Racional. Sabe-se que pela internet rodam mais algumas gravações que não entraram em nenhum dos álbuns oficialmente, chamados em conjunto de "Racional 3".

O Rei até hoje é consagrado por sua fase mais sombria, com aquele vozeirão de arrepiar o couro cabeludo. Em suas celebrações ao mundo em desencanto, Tim desenvolveu um Funk-Soul de primeira, com batidas grooveadas e com o acompanhamento do coro Racional.


Mas, o que não é muito conhecido é o tom carnavalesco de Tim Maia na Fase Racional. Em 1976, ano em que saio da Cultura Racional, o mestre lançou um compacto com 4 faixas lançado pelo selo Seroma (palavra "amores" ao contrario e referência ao nome não-artistico de Tim: Sebastião Rodrigues Maia), chamado por alguns de verdadeiro Racional 3 (figura).

Vale a pena escutar as 4 faixas do começo ao fim, Do Nada Ao Tudo!

Lado A

01 - Brasil Racional




02 - Do Nada Ao Tudo





Lado B


03 - Minha Felicidade Racional




04 - O Grão Mestre Varonil





Creditos à Juliana Leite, que me ajudou a botar as musicas no player.

a notícia

"Anão acorda com fortes dores de estômago no sábado.
Após uma longa bateria de exames, o meliante pertencente a gangue "Mundo-à-Revelia" foi internado após a descoberta de uma apendicite. Realizada a operação, passa bem em sua casa"

a pergunta que não quer calar

" o anão trabalhou até o apêndice fazer bico?"

Leia a placa!


detalhes brilhantes na imensidão


Quando pousei na amazonia pela segunda vez, era o ocaso.
As nuvens dançavam entre os raios de luz e os rios abaixo eram inteiramente dourados como serpentes de ouro gigantes caminhando no meio da floresta...
quem já foi a esses 49 porcento de nosso país, a amazonia, sabe que a palavra "imenso" talvez só pudesse ser realmente sentida em sua raiz por lá, entre as paxiúbas, açaizeiros, buritis...

beijos de cupuaçu com tapereba
anita.

obrigada Clarice!

NÃO ENTENDER 
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

13 novembro 2009

VOTEM!

Os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), Magno Malta (PR-ES) e Valter Pereira (PMDB-MS) denunciaram em Plenário nesta quarta-feira (11) suposta manobra na aprovação, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), na última terça-feira, do projeto que pune discriminação contra homossexuais, idosos e deficientes.

A proposta (PLC 122/06), de autoria da então deputada Iara Bernardi, foi aprovada na forma de substitutivo oferecido pela relatora, senadora Fátima Cleide (PT-RO). A matéria agora será examinada pelas comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), antes de seguir para votação em Plenário. Como foi alterado no Senado, o projeto voltará à Câmara dos Deputados.

Crivella criticou a votação do requerimento para suspender a audiência pública sobre o assunto, considerado polêmico, e a inclusão do projeto como item extra-pauta. Para o senador, na forma como foi aprovado, o projeto é inconstitucional, já que, a seu ver, nega aos cristãos o direito de livre expressão.

- Isso fere todo sacerdote, todo padre, todo pastor; fere todo pai, todo cidadão que queira ensinar ao filho que o homossexualismo é pecado. Não pode mais porque passa a ser crime - disse.

Magno Malta lembrou que a votação às pressas do projeto em Plenário já havia sido tentada em dezembro do ano passado. Em sua avaliação, a proposição cria uma "casta especial".

- A discussão não é religiosa. Trata-se de um projeto de lei inconstitucional. Precisamos debater a questão com a sociedade, e essa Casa precisa votar com a sociedade - disse.

Valter Pereira, por sua vez, observou que o projeto pode fomentar, inclusive, conflitos entre pais e filhos, caso filhos homossexuais decidam questionar a educação que receberam dos pais de acordo com padrões heterossexuais.

- Se essa matéria for aprovada por essa Casa e se o presidente não vetar, ela vai nos colocar no anedotário internacional - disse.



para votar:
http://www.senado.gov.br/agencia/default.aspx?mob=0

Chegou a hora!

Ontem o Serra deu o empurrão necessário para aquecer os ódios a fim de resolver enfim a questão da autonomia da USP.Ele ignorou a indicação dos anciãos da USP e apontou para reitor o amigo-da-polícia João Grandino Rodas.
Se a USP não se mexer agora para estabelecer eleições paritárias, será decretada a morte de sua autonomia.
Publico texto do Renato Janine Ribeiro que saiu no Estadão (pág.A15) de hoje e convido todos a participarem ativamente desse embate, em prol da USP.


"Inversão pode suscitar reações

Há muito tempo as universidades públicas ap´resentam ao governador ou ao presidente uma lista tríplice para que ele escolha o reitor. Em 2004, a União prometeu nomear o primeiro da lista. Nem sempre, porém, ele é o melhor. No Estado de São Paulo, que tem as melhores instituições do país, desde a eleição democrática de Montoro, em 1982, praticamente sempre se tem nomeado o mais votado. Quinze reitores encabeçaram a lista nas três universidades e foram nomeados.

O princípio da lista é que, se a sociedade criou e financia a universidade, deve ter voz na escolha de seu dirigente. Uma instituição pública não pode ser fim em si mesma. A sociedade, por meio de seu governante democraticamente eleito, tem o direito de atuar.

Qual o problema? A lista tríplice é arma poderosa demais para ser usada. É tudo ou nada: ou o governador só referenda uma decisão interna; ou, se utilizar a prerrogativa de escolher o segundo ou terceiro nome, invertendo o processo interno de escolha, suscitará reações que podem ser muito fortes. Por isso, em tese, ele só a usa em casos graves, mas com o risco de agravá-los. Afinal, uma universidade como a USP é muito especializada, ciosa de sua autonomia, e suas lideranças científicas têm mais condições de escolher o reitor do que qualquer indivíduo ou grupo.

O que deveríamos fazer? Até 1988, os estatutos das universidades paulistas eram baixados pelo governador. Hoje, com a autonomia conferida pela Constituição, são editados pelo conselho universitário. Se há lista tríplice, é devido aos estatutos de cada universidade, que ela pode reformar.

É importante promover essa reforma. Não é bom que uma única pessoa, mesmo eleita pelo povo, decida tudo. Em uma cultura universitária diferente da nossa, uma comissão externa, de alta qualidade científica e social, poderia apreciar os principais nomes, seus diagnósticos e propostas, e escolher o reitor. Algo parecido se dá nos países ricos e nos que têm as universidades líderes dos rankings internacionais. Mas, bem ou mal, nossa comunidade se orientou rumo à ecolha por votação interna. Penso que ela deva ser aprimorada. Essa mudança incluia alteração do colégio eleitoral, ampliando-o a ponto de eliminar o controle da reitoria sobre ele, e suprimindo a lista tríplice, pelas razões que apresentei.

Mas há cuidados a tomar. Primeiro, deve se incluir uma forma ativa de presença da sociedade na escolha do reitor. Os candidatos poderiam ser sabatinados por representantes ndo mundo empresarial, sindical e profissional, mesmo que a escolha se faça interna corporis. Afinal, seria melhor uma atuação real da sociedade na eleição do reitor do que esse poder atual, um tiro de canhão que, sendo usado, só causará conflitos.

Segundo, essa mudança deve ser negociada com o governo. Não pode ser motivo de confronto com o poder eleito. Nenhgum governador pode esquecer que, nas boas universidades, a autonomia das lideranças científicas é a chave do sucesso. Nenhuma universidade deve esquecer que ela não é um fim em si, mas deve contas à sociedade. Um confronto, qualquer que seja, não é bom para ninguém."


Mais discussões sobre o tema:http://universidadeparaquem.wordpress.com/category/eleicoes-para-reitor/

ABAIXO A GRAVIDADE!

"Eu queria mesmo é tranformar o Centro Cultural São Paulo inteiro num avião, numa nave espacial, desordenar aquela instituição para o alto. Não sendo isso possível, eu me contento em utilizar as suas rampas e patamares como pista de decolagem. Que saia o lugar debaixo da gente! ABAIXO A GRAVIDADE!"



Você confere os trabalhos dirigidos por Josefa Pereira, Clarice Lima, Mariana Sucupira, Lua Tatit e James Nunes.



(enviado pela Camila Venturelli)

Gigância dos Gênios

Pessoal, amanhã, sexta-feira 13 (!), Os Gêmeos vão dar vida a um imenso painel que eles pintaram, e um gigante de 20 metros vai passear pelo Vale do Anhagabaú, no espetaculo "O Estrangeiro".

Quem puder vá, eu considero imperdível, pero qué sé yo?
Tem que aproveitar quando eles dão essa passadinha pelo Brasil...

Ó:
http://catracalivre.folha.uol.com.br/2009/11/boneco-dosgemeos-no-vale-do-anhangabau/

12 novembro 2009

Bandido corazon!

Homenagem a quem esteve ontem no show da Bárbara Eugênia, mas serve também para todos aqueles que sofrem com um coração bandido!

O corpo é meu!



Se depender desse nosso país machista, nada vai mudar.
Mulheres, unam-se!

11 novembro 2009

APAGÃO À REVELIA

Download gratis

A Cosac & Naify vai disponibilizar nesse mês alguns de seus livros na internet. Vale a pena ficar de olho, e torcer para que essa prática seja cada vez mais comum.

http://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/11321/Flores.aspx

Uma editora que milita nesse campo é a Editora do Bispo, do Xico Sá.
http://www.editoradobispo.com.br/site/



***Por falar em livros, parece que começa hoje a feira de livros da Usp, não percam!

10 novembro 2009

e a pichação? #2

mais do documentario sobre pixo:


e pela visão da tvglobo:




eae? pintar o muro só do lado que dá pra rua? de que outra maneira pra véinha do começo do video aparecer na tv?

nossa, revoltante né?
caraamba viu...

colaborou dani de lamare do minas de ouro

09 novembro 2009

Mulher à Revelia

Quando eu tinha um pouco mais de 19 anos, ouvi pela primeira vez que a minha geração era mais reacionária do que a geração dos anos 40/50.
Desta vez eu leio a mesma opinião e, contrário à primeira escuta, acredito.

Essa nossa geração é a geração do "fez-por-merecer".
Que mal tem chamar a menina de PUTA? Afinal, ela provocou ao desfilar de mini-saia nos corredores de uma universidade, centro de pesquisa e ensino.

Eu achei tudo isso uma barbárie. É a verdadeira Geni, do Chico Buarque, sendo apedrejada por um bando de moleques sem temperamento, ou discernimento do convívio social.

Texto retirado na íntegra do site Boteco Sujo, onde tudo começou...
(Bem) escrito por Fausto Salvadori Filho:

"






Como uma universidade conservadora contemporânea, a Uniban se exprime numa linguagem própria, que nem todos podem compreender com facilidade. O Boteco Sujo resolveu dar uma força e vai traduzir os trechos mais obscuros do anúncio em que a universidade comunica a expulsão da aluna Geisy Arruda, condenada pelo crime de ser xingada de "puta, puta" por uma multidão enfurecida. Aí vai, do unibanquês para o português coloquial:


"A educação se faz com atitude e não complacência"



No dicionário da Uniban, atitude é o que a universidade adota quando expulsa uma estudante agredida e complacência é quando livra a cara de centenas de alunos que a agrediram.

"A sindicância apurou que, no dia da ocorrência dos fatos, a aluna fez um percurso maior que o habitual aumentando sua exposição e ensejando, de forma, explícita, os apelos dos alunos que se manifestavam em relação à sua postura, chegando, inclusive, a posar para fotos. Novamente, a aluna optou por um percurso maior ao se dirigir ao toalete, o que alimentou a curiosidade e o interesse de mais alunos e alunas, tendo início, então, uma aglomeração em frente ao local."




A Uniban entende que um corpo feminino é a fonte de todo mal e, portanto, deve ser restringido ao máximo. Seu raio de movimentação deve ser restrito (nunca fazer percursos maiores do que o habitual!) para não aumentar sua exposição e fotos de tais indedências devem ser terminantemente proibidas.


"Depoimentos de colegas indicam que, no interior do toalete feminino, a aluna se negou a complementar sua vestimenta para desfazer o clima que havia criado."



Complementar a vestimenta = adequar a indumentária da aluna aos padrões contemporâneos. Contemporâneos aos do Afeganistão nas regiões pró-Taleban, é claro.



"Foi constatado que a atitude provocativa da aluna, no dia 22 de outubro, buscou chamar a atenção para si por conta de gestos e modos de se expressar, o que resultou numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar."



Cuidado para um erro comum. Em unibanquês, defesa do ambiente escolar não signfica, por exemplo, lutar contra a direção de uma universidade que mantém cursos não reconhecidos pelo MEC, Defesa do ambiente escolar significa filmar as coxas de uma loira com o celular, ameaçá-la de estupro e gritar "PUTA, PUTA" a plenos pulmões, dentro o ambiente esperado de uma universidade como a Uniban.

"Nesse sentido, cabe aqui registrar o estranhamento da UNIBAN diante do comportamento da mídia que, uma vez mais, perde a oportunidade de contribuir para um debate sério e equilibrado sobre temas fundamentais como ética, juventude e universidade."


Estranhamento diante do comportamento da mídia = não entender por que é que não puxaram nosso saco e divulgaram só o que a nossa tão bem treinada assessoria de imprensa tinha a dizer?
ética = dinheiro
juventude = dinheiro
universidade = dinheiro


"Para tanto, convida seus alunos e alunas, professores, funcionários, a comunidade e a mídia para um ciclo de seminários sobre cidadania em data a ser oportunamente informada."

E vejam algumas das palestras deste ciclo de seminários:

Mahmoud Ahmadinejad e Avigdor Lieberman - Respeito à diversidade
Hugo Chávez e Roberto Micheletti - Liberdade de expressão
José Sarney e Yeda Crusius - Ética na política
Eduardo Azeredo e Daniela Cicarelli - Liberdade de expressão na era digital

Falando nisso, aliás, é bom dar uma olhada em alguns comentários que os gringos fizeram sobre o caso Geisy no site Huffington Post. Cito alguns:

Wow, had to check that this wasn't in a midwest school or in Colorado or something.
[uou, tive que verificar pra ver se isso não era uma escola do meio-oeste americano ou no colorado, ou algo do gênero]

Guess hypocrisy has no national borders.
[acho que hipocrisia não tem fronteiras]

What a bunch of women-hating HYPOCRITES.
[que bando de HIPÓCRITAS anti-mulheres]

Brazil.....isn't that where they run around naked at the beach? Didn't know they were such prudes.
[Brasil.... não é lá onde eles andam pelados na praia? Não sabia que eles eram tão podicos]

Seems like the Republicans migrated south.
[parece que os republicanos migraram pro sul]

On a scale of stupid ragning from 1 to 10, with ten being the stupidest, these Brazilians certainly rate a 10.
[numa escala de estupidez de 1 a 10, sendo o 10 o mais estúpido, esses brasileiros certamente tiram um 10]


Logo os americanos, tido como tão conservadores, parecem ter mais juízo do que a gente.E, para quem ficou indignado com o caso Geisy, o programa de hoje é o seguinte: Protesto em frente à Uniban, na Avendida Dr Rudge Ramos,1701, em Sao Bernardo Do Campo (SP), a partir das 18h. Vá e, se for mulher, não esqueça de vestir sua minissaia. Rosa choque, de preferência.Veja mais detalhes aqui e assine o abaixo-assinado.

"

06 novembro 2009

Quadrinhos


Eu confesso que nunca tive saco, nem disposição e nem atenção.
Mas hoje vejo, especialmente por causa da (indevida) atenção, que me tornei um apreciador de quadrinhos.

Eu gostaria - e ainda pretendo - fazer uma longa narrativa, com digressão e frases de efeito, pontos altos e baixos do cartum. Por ora eu deixo vocês com essas excelentíssimas recomendações.

Dediquem um tempo, não tenham medo. De verdade. Os quadrinhos se tornaram (ou quisá nunca foram) uma arte muito valorizada. O barato de tudo isso é uma certa autocrítica enrustida numa frieza cômica.

Pelo pouco que conheço, sei que existem duas vertentes comuns no quadrinho: a do traço tosco e a piada ácida, ou o quadrinho visualmente melhor elaborado com menos narrativa (ou a narrativa não como foco do quadrinho).

Por ordem de acidez:


Allan Sieber, criador do vida de estagiário, The Mommy's Boys e Hitler no Leblon. Politicamente incorreto.


Ryan Pequin, humor negro tipicamente americano (bom pra caralho!). Em especial o Three Word Phrase como um projeto deliberademente simples.


Adão Iturrasgarai, habitante da Patagônia, criador da série Aline, La Vie en Rose entre outros. Humor quase lúdico.

Raphael Salimena, novo, talentoso. Talvez chupe demais a estética e jeito-de-ser do Laerte... mas tá valendo. O cartum dele fecha esse post.

Fido Nesti, paulista, bem-sucedido no mundo dos cartuns. Trabalha freqüentemente pra The New Yorker, projetos fabulosos (lindos livros ilustrativos - inclusive um d'Os Lusíadas ilustrado).

Lilli Carré, traço feminino que me lembra a Marcela, não sei porque. Precisa ver as ilustrações para criança dela. São absurdas.


E muito mais....

ah!

Vejam o "Livro dos Sonhos de Crianças - Ilustrado"

04 novembro 2009