recebi de nossa correspondente amazonica (anita) um email coletivo... parece q ela esqueceu de postar poraqui então, sem sua autorização, publico à revelia : viva!
Queridos,
Sinto saudades de contar para vocês o que tenho visto e vivido nessa Amazonia revisitada. Por isso escrevo contando um par de olhos meus.
Sempre me pego um tanto insatisfeita de não ter como passar para vocês a idéia da imensidão...
que antes de conhecer por aqui não se sabia ter bordas tão amplas.
(Como eu também jamais havia visto árvores tão grandes. E nuvens se mover de maneiras tão mágicas em um céu tão amplo... e sem falar nos interminaveis rios e na diversidade evidente de espécies de insetos ( outro dia vi um lindão que tinha grafismos indígenas nas asas pintados em verde) e árvores e suas folhas e frutos e inumeros animais e claro...culturas originarias e mestiças....
Ai, o gosto que o Tucuman tem e a beleza do buritizal mesclado as histórias, as imaginações, as explicações e a luta dessa gente seringueira, biologos, indigenas, artistas etc é algo tão especial de se viver.
Dentro da minha cabeça é tudo tão grande e para se aprender tanto a toda hora....Escuto histórias de indígenas, de Henrique, de tanta gente que faz o mundo ser uma experiencia mais interessante....entremeando a vida aos esforços, as dores, as alegrias, as conquistas, as frustrações, os sonhos, a simplicidade de um afeto.
Fui muito feliz outro dia em um sitio que para chegar tive que passar o encontro dos rios. ( para variar não tirei fotos...mas um amigo nosso tirou..depois mando para voces)E depois passar por estradas que cortavam a floresta ( e pastos) e charcos com vitórias regias floridas! ( nunca tinha visto... e dizem que elas são tão perfeitamente flutuantes que aguentam até uma criança e que um arquiteto contruiu um museu flutuente em não sei que parte do mundo inspirado nessa arquitetura)
Comi maracaju do mato e muito tucumãn e me diverti ao enchergar melhor as muitas cores que brilham as estrelas. E ganhei um ovo de chocolate ( fazia anos que não recebia um....nem me lembro do último).
Ai... tanto detalhe para compartilhar...outro dia nuvens muito negras surgiram e vieram andando em direção ao rio negro ( eu estava em sua beirada) e cobriram completamente o céu e se fez noite mais preta que a noite sem lua. E não choveu... e não voltou mais a ser dia ainda que fosse 5 da tarde. Rio negro, céu negro e um sentimento de mistério que se enraiza entre as histórias indígena e as incertezas que trazem as perceptiveis mudanças climáticas...
No começo do mundo dizem que era assim:
Depois disso, ele fumou seu cigarro e soprou sua fumaça no chão e todas as coisas que haviam em seu pensamento apareceu por ali. Sentado em seu banco com todos os intrumentos e adornos , Trovão, fumou o cigarro de vida e deixou cair um pouco de cinza. Essas cinzas formaram essa terra em que vivemos hoje em dia.
Luiz Aguiar Tariano clã koivathe
E agora...
" Essa mudança climática já está afetando nossas comunidades. Por exemplo, a época de chuvas não está mais de acordo com nosso calendário tradicional. O florescimento da floresta também está sendo em outra época, e essas mudanças do ciclo, do movimento da natureza, acaba atrapalhando a vida e o planejamento das comunidades,. Neste mês de março é que floresceu a maiora das plantas do mato, enquanto no calendário original, seria no mês de agosto a setembro. A piracema dos peixes também está em outra época. Então , há uma mudança muito grande ocorrendo e não sabemos exatamente o que vai acontecer no futuro. nós gostariamos de saber dos cientistas quais soluções eles tem, diante dessa grave situação que o planeta passa atualmente . Eles tem alguma proposta para a gente continuar trabalhando e saber que o futuro vai existir? Isso seria bom a gente ouvir."
Armindo Baniwa
Salve essa floresta e todos que lutam por ela.
Amor
Anita.
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