29 junho 2010

Museu no Complexo da Maré

Carlinhos explica como os aterros da Maré foram feitos pelos próprios moradores, com restos e sobras do cimento ora usado nas obras da Avenida Brasil, ora usado na construção da Linha Vermelha. O mar vai virar sertão. E é por isso que já não fazem mais sentido as palafitas que se sustentavam sobre quatro ou mais patas no alagadiço do que foi a Maré de Dona Orosina, a primeira moradora a chegar na região e montar sua casa com pedaços de madeira que vinham boiando nas marolas da baía. Vem gente de tudo quanto é estado. Vem principalmente gente que trabalhava mesmo na construção da Avenida Brasil e da Linha Vermelha, as principais linhas de acesso do centro ao subúrbio (jeito carioca de falar periferia). Lacerda viu os aterros e levou à Maré a Nova Holanda. Ou levou à Nova Holanda a Maré. E Carlinhos disse que no início havia alguma resistência a gente desta ou daquela comunidade, mas que hoje em dia, as coisas não são tanto assim. A Maré, para quem não sabe, não é exatamente UMA favela, são dezesseis. São dezesseis comunidades, que, unidas, formam o Complexo da Maré. Um bairro. Minha idéia é justamente estudar o que de cidadão teve o jornalismo e a mídia de maneira geral para aquelas comunidades. Há mais ou menos 30 anos foi o jornal comunitário União da Maré o que primeiro forjou a idéia de comunidades unidas. Comunidades que eram unidades de um todo, e a coisa, portanto, não era simples, era complexo.

retirada do blog de Viktor

http://blog.contoaberto.org/tag/favela/

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