04 junho 2010

O Intangível



Corpo de luz. Segredo nosso. Intimidade do eterno. Colheita e tempo bons.

Perdoados estão. Ir ao fim. Passado e futuro se apresentam juntos. Estar e ser sempre, união. Totalidade.

Poder fingir a humanidade minha existência humana. Finjo e amo. Finjo porque amo. E quero a liberdade do fim. Minhas delimitações. Aparências mais que externas. Somos nós. Eu não vejo eu. Não vejo tu. Não. Perpassar existir.

Sinto meu corpo que navega infinito. Cada forma assumida uma nova vida em liberdade e vontade. Diversa sou. Atravessar mais oceano amoroso e ser líquida. Transbordo. A vida me aborda. Ser de passagem. Toda transitoriedade me satisfaz. Mereço quem vivo. E vivo o que mereço. Vejo a paz por detrás do muro. O muro é frágil. Amo minha fragilidade e medos, eles me querem. Seus desejos são feitos de pó. Que interrompem nossa metafísica.

Agora mesmo fui quem não era. Insuportável. E me acabo no doer. É a morte que me anseia. Somos irmãs. Quem sou? Inefável. O intangível.

Nenhum comentário: