Estava preso fazia mais de vinte anos, quando a descobriu.
Cumprimentou-a com um gesto da mão, da janela de sua cela, e ela respondeu da janela de sua casa.
Depois, falou a ela com trapos coloridos e letras enormes.
As letras formavam palavras que ela lia de binóculos.
Ela respondia com letras maiores, porque ele não tinha binóculos.
E assim cresceu o amor.Agora, Nela e o Negro Viña sentam-se costas contra costas.
Se um se levantar o outro cai.
Eles vendem vinho na frente das ruínas da cadeia de Punta Carretas, em Montevidéu.
Eduardo Galeano. in Palavras Andantes.
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2 comentários:
lindo!
viva o amor, que é a maior poesia dessa vida!
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