05 agosto 2009

Teresa



A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna

Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)

Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.



Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha vida,
[inclusive o porquinho-da-índia que me deram quando eu tinha seis
[anos.

2 comentários:

Lucas disse...

Essa poesia é a coisa mais estranha do mundo, mas acho que essa é a graça, a estranheza, esse deslocamento.
Amo o Bandeira!

Anita Moreira disse...

é estranha mesmo hahhaha mas acho tão bonitinho, a maneira de reconhecer uma beleza, deus que voltou a se mover na face das aguas, e tambem, a superação da beleza de um porquinha da india na infancia. bem...... beijos.