1.4
Insetos cegam meu sol.
Há um azul em abuso de beleza.
Lagarto curimpãpã se agarrou no meu remo.
Os bichos tremem na popa.
Aqui até cobra eremisa, usa touca, urina na fralda.
Na frente do perigo bugio bebe gemada.
Periquitos conversam baixo.
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Sou puxado por ventos e palavras.
(Palestrar com formigas é lindeiro da insânia?)
1.6
Tenho o ombro a convite das garças.
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(Tirei as tripas de uma palavra?)
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A chuva atravessou um pato pelo meio.
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Eu tenho faculdade pra dementes?
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A chuva deformou a cor das horas.
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A placidez já põe a mão nas águas.
1.7
Do que não sei o nome eu guardo as semelhanças.
Não assento aparelhos para escuta
E nem levanto ventos com alavanca.
(Minha boca me derrama?)
Desculpem-me a falta de ignorãças.
Não uso de brasonar.
Meu ser se abre como um lábio para moscas.
Não tenho competências pra morrer.
O alheamento do luar na água é maior do que
o meu.
O céu tem mais inseto do que eu?
Segundo Dia
2.1
Não oblitero moscas com palavras.
Uma espécie de canto me ocasiona.
Respeito as oralidades.
Eu escrevo o rumor das palavras.
Não sou sandeu de gramáticas.
Só sei o nada aumentado .
Eu sou culpado de mim.
Vou nunca mais ter nascido em agosto.
No chão de minha voz tem um outono.
Sobre meu rosto vem dormir a noite.
Um comentário:
sao varias frases que pautariam otimos textos solos.
quem é manoel de barros?
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