22 outubro 2009

De volta ao Araçá

Queria escrever algo tão maravilhoso e sublime como a música Araçá Azul do Caetano.
Se o que escrevo pudesse causar nos que me lêem uma pitadinha desse negócio que a música provoca em mim, eu, quem sabe, seria um Ser Humano feliz.
É tão curta e tão intensa.
Me lembra de vida, de infância, de amor de tristeza de morte, de alegria de momentos de futuro de amor de amor de amor.
Um negócio muito mais forte que eu, que minha arte incipiente e ingênua.
É tão forte que é impossível não me emocionar. Mesmo se eu fizesse um exercício de frieza e indiferença, se tapasse meus ouvidos, se trancasse portas e janelas, ainda assim, ela me acertaria em cheio, bem no meio de mim ela chega e atravessa e eu. Simplesmente deixo atravessar.
Coloco-a para repetir e repetir e repetir, triste por ser tão curto esse momento. E não me canso nunca.
Não é segredo
Com Fé em DeusEu não vou morrer tão cedo

Ela me atravessa e quando percebo meus dedos digitam suas palavras no teclado. Obedeço. Como não, Caetano? Como pode você, Caetano? Há tantos anos fazer parte assim de mim?
Você e essas palavras desconexas e perfeitas que me atingem de manhã cedo ou à noite quando chego a olhar pro céu e pensar: Com Fé em Deus eu não vou morrer tão cedo. Quando me lembro que não são minhas as palavras e nem o desejo de não morrer tão cedo. São suas, Caetano. Você as transferiu para mim e eu as acolho e escolho a hora certa para cantar suas canções de amor, de infância, de passado de paisagem de passagem.
Essa nossa passagem aqui na coisa vida que fica mais divina por culpa sua, Caetano Veloso.

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