24 outubro 2009

Transportes 1

O tópico de hoje é:

Tramway e bicicletas

O transporte é essencial para a cidade. É a perna do cidadão. Sem pernas não há ação. Sem ação não há ser humano, mas seres vegetativos (com todo o respeito às plantas).

Confesso não gostar muito da Holanda e de todos esses países exploradores do mundo, movidos à base do capitalismo selvagem, royalties, diamantes e luxo, mas como me preocupo com transportes (como não se preocupar sendo paulistano?) e com diminuição de poluentes, confesso que Amsterdã é um exemplo que aqui deve ser citado.



Essa imagem mostra uma das maiores avenidas da capital holandesa. Como explicar essa calma dominical? A causa é simples: muita ciclovia e esse singelo trenzinho, chamado tramway. Esses são os principais resposáveis pelo silêncio, calma, praticidade e beleza de Amsterdã.

Não há desculpa para a não-implementação imediata das ciclovias por aqui. E é muito possível a implementação de estações de bicicleta a quase cada esquina. O projeto que temos em SP, de pontos de aluguel de bicicleta do metrô é ridículo e para inglês ver; é preciso milhares de pontos de retirada e um forte sistema de segurança, reposição e manutenção. Vide Paris. Pode-se sempre começar com um projeto piloto em algum bairro, mas quando adotado tem que ser adotado massivamente, pois pontos espalhados não geram a agilidade necessária para esse meio de locomoção.

É importante também espalhar estacionamentos de bicicleta por toda a cidade. São simples ferros colocados na calçada, mas fundamentais para essa etapa.

(Era legal que houvesse um serviço de vigilância às calçadas e ruas esburacadas, um disk-buraco, mas acho que é sonhar demais...)

Já o tramway é caro e deve ser adotado também aos poucos, mas não pode ser de jeito nenhum esquecido. Imaginem a Rebouças e a Faria Lima sendo supridas com esses trens?! É muito possível, basta vontade política, pressão pública. Por que não fazer uma linha dessas como experiência como os bondes elétricos, ligando, por exemplo, o Pacaembu ao Centro?

6 comentários:

d scan disse...

você mesmo disse que são paulo não é na europa, não é paris, muito menos amsterdã, lucão.
rebouças? faria lima? pacaembu? não seria muito ético eu acho...

concordo com as ciclovias, mas do jeito que a cidade é grande e tão cheia de ladeiras... no diadia? só obrigando a população a usá-las.
esse esquema de aluguel de bicicletas ajudaria, mas creio que a maioria preferiria pegar um onibus a ter de andar de bicicleta. repetindo-me, são paulo é a maior coisa que eu ja vi... e o relevo é maluco por aqui... imagina a galera subindo a teodoro de bike? ou mesmo a rebouças, que vc citou?

agora, esses ferros pra prender as bicicletas seriam bem úteis, claro que roubariam sempre uma aqui e uma ali, mas isso não pode ser desculpa pra não se andar de bike.
o que deve ter de bikes encostadas em paredes de sala, servindo de pinduradeiro, eu nem imagino.
na minha faculdade, eu deixo ela amarrada no poste mesmo, e sem cadeado, nao tem ferrinho propicio pra isso, conclusão, só eu vou de bike, a falta de incentivo é drástica.

façam o favor de usar as suas bicicletas! a mudança tem de vir da população... enquanto tiver gente querendo carro zero, vão solucionar os problemas com ampliaçoes de marginais e afins. as vezes penso que a solução seria aumentar os rodizios, ou mais radicalmente, proibir de se andar de carro algum dia da semana. mas daí, tantos outros problemas surgiriam...

sei não lucas... acho que a solução aqui é o barateamento do transporte público e metro pra todo lado mesmo, em furafilas ja se falou mto, e até hj nadie.

bora aproveitar esse dia de sol! hasta.

Lucas disse...

Não entendi pq não seria ético Pacaembu? Pq é da elite? Que seja, avenida do Estado então, ou Radial Leste.

Tem razão que essas avenidas são monstruosas e difíceis de encarar de bike, mas acho que tem q ter ciclovia decente por exemplo na Paulista, Faria Lima, aqui no Centro, na Sumaré, etc, etc. Na Rebouças era uma boa uma ciclovia, precisa proteger um pouco os ciclistas...

Do jeito que SP tem gente, se tivesse ciclovia decente acho que elas iam ficar lotadas, pelo menos no fim de semana.

Concordo que temos que começar fazendo a nossa parte: usando bike e cobrando as autoridades.

PS: Sobre rodízio, carros e metrô vou escrever nos próximos posts

Chico disse...

Mas já existem mil projetos de VLT (Veículo Leve sobre Trilho) não só em São Paulo, mas como em Santos, Rio, Salvador e outras grandes cidades.

Eu pessoalmente acho o projeto belo, mas ele gera (como sempre) uma questão de interesse e grana.

O primeiro embate são as máfias de ônibus, que assim como os quartéis de drogas do morro, impedem (literalmente, botam fogo e tudo mais) de outras cooperativas chegarem às regiões. No tocante às áreas mais pobres, isso só tende a piorar. Quanto mais diversidade de transporte, maior concorrência empresarial (Gato Preto e Caio que se cuidem!).

Daí se tem um embate eleitoral, político, financeiro, etc etc.

O pior de tudo, é que a fabricação desses VLTs, como o nosso querido e curto metrô, é tudo feito na Alemanha, Japão, Coréia do Sul, França onde companhias brigam pelo poder de exploração. A linha 4 do Metrô, por exemplo - por mais absurdo que pareça dizer isso - está andando numa velocidade incrível pois será concedida a uma empresa por pelo menos 20 anos, se não me engano. Ao invés dos macacões do metrô, os funcionarios serão "patrocinados" por essa empresa.

Mas como o Daniel disse, São Paulo é uma coisa rara de se ver. Absolutamente enorme, desorganizada e cravada num miolinho econômico (zona oeste / sul).

Imagina só um VLT na Vila Matilde que nem asfalto tem? Ou o trabalhador da Vila Guilherme vindo de bicicleta?

Ônibus tem que existir. Assim como o metrô funcional, com o auxiliar do trêm sobre a terra.

ps: a partir do momento em que as obras de expansão na marginal terminarem (em 2078, com a 15ª reeleição do Maluf), já vai haver tantos novos carros circulando que seu efeito se dará praticamente nulo.

pps: se não me engano, na Cidade do México há um rodízio de 3-4 placas por dia.

Gabi disse...

Mas rodízio gera mais compra de carros, até pela classe média!

A raíz do problema tá na cultura individualista, da bolha, do ter x ser e por aí vai...

O ideal (ideal: campo das idéias) ia ser ter uma mescla de transporte sobre trilhos, que é o menos poluente disparado e teoricamente o mais rápido; espaçoso, acessível a todo tipo de gente; e que a longo prazo o custo-benefício se torna válido.. junto com buzão e bicicleta. Imagina só a integração trilho-bicicleta mais abrangente, com ciclovias e tudo mais.. ouxi, rolaria sim. Os morros que tem, a gente sai andando...

Falando nisso...Tão sabendo do aumento do buzão pra R$2,70, né?! Tem passeata na Consolação esses dias e sábado que vem tem conselho participativo na Pacaembu. Deve ter na internet mais info's e endereço!

Simbora ir um dia passear de bike da zona oeste até o Ibira?!

Lucas disse...

Chico, de fato a máfia do ônibus tá pegando. O que mais explicaria a crescente ininterrupta do preço dos bilhetes? O petróleo barateou e o transporte encareceu; não há explicações. (R$2,70 a passagem?!?!?! - isso que dá votar na direita...)

E não tem jeito, tem que substituir o ônibus aos poucos. O VLT é difícil mesmo em SP, mas tem que ser feito aos poucos em alguns locais hiper-movimentados como Rebouças, 9 de Julho, Brigadeiro, Paulista. O caos nessas vias tá impossível! (e como escreveu a Gabi, esse transporte é muito melhor)

Ou senão fazê-lo em lugares turísticos mesmo. De fato, para o VLT poder chegar em certos lugares distantes, precisa antes se ocupar com a chegada de asfalto, luz, esgoto, etc.

Lucas disse...

Concordo Gabi!

Eu faria um rolê busão, bike, metrô com o maior prazer!

Na subida a gente empurra, na descida ninguém segura!