As maçãs ao relento. Duas. E o viscoso
Do Tempo sobre a boca e a hora. As maçãs
Deixei-as para quem devora esta agonia crua:
Meu instante de penumbra salivosa.
As maçãs comi-as como quem namora. Tocando
Longamente a pele nua. Depois mordi a carne
De maçãs e sonhos: sua alvura porosa.
E deitei-me como quem sabe o Tempo e o vermelho:
Brevidade de um passo no passeio.
Hilda Hilst
(In: Do Desejo)
Enviado pela Naiara
18 setembro 2009
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2 comentários:
não acredito que alguém postou a hilda que não eu!que bom...
que lindooooooooooooooooooo, adoro quem sabe apreciar os detalhes simples da vida, não é ai que mora não só a poesia como a felicidade?
carinho...anita.
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